sábado, 7 de dezembro de 2013

No interior da casa de um viciado em Krokodil, a droga mais mortífera do mundo


Cerca de uma década atrás, os médicos russos começaram a notar estranhas feridas nos corpos de alguns viciados em drogas, nos hospitais da Sibéria e do Extremo Oriente russo. Manchas na pele que logo ficavam escuras e escamosa, como um crocodilo. Não demorou muito tempo para descobrir a causa: os pacientes tinham começado a injeção de uma droga nova que chamaram, previsivelmente, (Alguns relatos sugerem que o nome foi derivado de um dos precursores químicos da droga, alfa-chlorocodide.) "Krokodil".



As autoridades americanas dizem os temores de uma epidemia iminente da krokodil são exagerados. Mas é difícil não ter medo de uma droga que deixa uma marca de réptil em suas vítimas. Especialmente quando se é tão fácil de fazer: um viciado pode preparar krokodil usando ingredientes e ferramentas compradas na farmácia local e loja de ferragens. O ingrediente ativo, a codeína é um opiáceo leve vendido ao balcão em muitos países. Usuários misturam codeína com uma mistura de venenos, como solvente de tinta, ácido clorídrico e fósforo vermelho raspado das caixas de fósforos. O resultado, um líquido amarelo turvo que chega a imitar o efeito de heroína em uma fração do custo. Na Europa, por exemplo, uma dose de krokodil custa apenas alguns dólares.

O numero de viciados na krokodil esta aumentando por ela ser mais barato. Onde quer que sobre espaço no corpo de um usuário ele injeta a droga, os vasos sanguíneos se rompem e o tecido circundante morre, às vezes deixando do osso em pedaços. Esse efeito colateral da krokodil ganhou outro apelido: a droga zumbi. O tempo de vida típico de um viciado é apenas dois ou três anos.

A droga tornou-se rapidamente popular entre os viciados russos. Em 2005, a agência antidrogas do país informou apenas uma instâncias da droga, seis anos depois, nos primeiros três meses de 2011, a agência confiscou 65 milhões de doses, até 23 vezes a partir de dois anos antes. No seu auge, naquele ano, o uso de krokodil havia se espalhado para até um milhão de viciados na Rússia.

A proibição da vendas de codeína sem receita, que foi introduzido em 1 de junho de 2012, trouxe números bem abaixo, mas Emanuele Satolli, um fotógrafo italiano que foi narrando um grupo de viciados russos, diz que muitos agora compram esse ingrediente no mercado negro. No ano passado, Satolli ficou na cidade industrial de Yekaterinburg nos Montes Urais, um local famoso na Rússia por abuso de drogas, e fotografou uma dúzia de viciados em Krokodil.

A epidemia krokodil pode ter atingido o pico na Rússia, mas o uso da droga já foi relatado em outros lugares. Em outubro, um relatório publicado online na revista American Journal of Medicine, confirmou o caso de um viciado de 30 anos de idade, em Richmond Heights, Missouri, cujo dedo "caiu" e cuja pele começou a apodrecer depois que ele começou a injetar krokodil. A droga mais mortífera do mundo tem atravessado o oceano.



















Tradução: Lyu Somah - Fonte: Time

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