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sábado, 5 de abril de 2014

Forças Armadas ocupam favelas da Maré após onda de violência no Rio


As Forças Armadas ocuparam neste sábado o conjunto de favelas da Maré, uma das regiões mais pobres e perigosas do Rio de Janeiro, e vão permanecer no local ao menos até depois da Copa do Mundo.

A intervenção das Forças Armadas foi solicitada pelo governo do Estado após uma onda de ataques de supostos traficantes a bases policiais de comunidades pacificadas.

Os homens do Exército e da Marinha chegaram à Maré no fim da madrugada de sábado e começaram a substituir os policiais militares que tinham ocupado o conjunto de favelas no último domingo.

Vias expressas foram interditadas de madrugada para a passagem do comboio das Forças Armadas. Foram usados na ocupação jipes, caminhões, blindados e helicópteros. Ao todo, foram destacados 2.050 militares do Exército e 450 da Marinha. As polícias militar e civil do Rio também dão suporte à operação.

Os homens das Forças Armadas estão posicionados em pontos estratégicos do conjunto de favelas e vistorias estão sendo feitas nas pessoas que entram e saem da Maré.

"Estamos fazendo vistoria seletiva e patrulhamento ostensivo nessa ocupação", disse a jornalistas o responsável pelas relações públicas da operação, major Alberto Horita.

O clima era de aparente tranquilidade na manhã deste sábado, embora os moradores estejam apreensivos e evitando muitos comentários. "Espero que as coisas melhorem por aqui e a gente possa enfim viver em paz", declarou a moradora Francisca Silva.

As Forças Armadas irão ficar na Maré pelo menos até 31 de julho, ou seja, depois da Copa do Mundo, que termina dia 13. Se houver necessidade e autorização do governo federal, a permanência pode ser estendida até que a Secretaria de Segurança Pública do Estado esteja pronta para instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local, onde vivem mais de 130 mil pessoas em cerca de 15 favelas.

Antes da ocupação da Maré pela PM e, agora, pelas Forças Armadas, a polícia do Rio fez operações contínuas no conjunto de favelas durante cerca de 15 dias. Nesse período, 16 suspeitos morreram, 8 ficaram feridos, houve mais de 150 prisões, além de apreensões de armas, drogas e munições em grande quantidade.

Fonte: Reuters

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O Pentágono prevê reduzir o Exército a níveis prévios à II Guerra Mundial


Os Estados Unidos querem fechar o capítulo das guerras do Iraque e do Afeganistão e do modelo de intervenção que supunha "longas operações de estabilização".

Depois de duas caras e longas guerras, os Estados Unidos não parecem contemplar intervir em conflitos de similares características no futuro. Pelo contrário, o plano que acompanha o orçamento da Defesa apresentado nesta segunda-feira no Pentágono por seu responsável máximo aposta em a modernização do Exército para lançar rápidas intervenções cirúrgicas quando necessário, enfrentar as ameaças cibernéticas provenientes da China e estar preparado para os desafios que supõem os novos grupos islamistas filiados a Al Qaeda na África.

O orçamento do Departamento de Defesa para os próximos cinco anos planeja reestruturar o Exército, reduzindo-o ao tamanho que tinha em 1940 antes da Segunda Guerra Mundial. O plano do secretário de Defesa, Chuck Hagel, pretende ser o reflexo da realidade da instituição depois do final de sua guerra mais longa, quando em dezembro saiam os últimos soldados dos EUA do Afeganistão. “Depois de Iraque e Afganistão”, explicou Hagel nesta segunda-feira em um discurso, os líderes militares não planejam “levar a cabo extensas e longas operações de estabilização”.

“Enquanto nos encaminhamos ao fim de nossas missões de combate no Afeganistão, este será o primeiro orçamento que refletirá totalmente a transição que o Departamento de Defesa está fazendo depois de 13 anos de guerra –o conflito mais longo na história de nossa nação-“, declarou Hagel do Pentágono.

Este será o primeiro orçamento que reflete totalmente a transição que o Departamento de Defesa está fazendo depois de 13 anos de guerra –o conflito mais longo na história de nossa nação. (Chuck Hagel)

Caso aprovado o plano do antigo senador pelo Estado de Nebraska, que será enviado ao Congresso no mês que vem como parte das propostas de despesas para o ano fiscal que começa em outubro, o Exército se reduzirá a seu nível mais baixo desde 1940, antes de que o militarismo norte-americano crescesse dramaticamente depois de entrar na Segunda Guerra Mundial.

É o momento da verdade”, anunciou o secretário de Defesa ao expor sua decisão de suprimir, por exemplo, toda a frota de aviões F-10. “Este é um orçamento que reconhece a realidade da magnitude de nossos desafios fiscais, que ao mesmo tempo contempla o perigoso mundo no qual vivemos e que reconhece o papel único e indispensável que o Exército dos EUA tem na segurança do país e no volátil mundo de hoje”.

O Pentágono já adiantava que o número de soldados do Exército ia passar dos 520.000 homens atuais para algo entre 450.000 a 440.000. Mas Hagel anunciou nesta segunda-feira que esse nível será ainda mais baixo e poderá ser reduzido até os 420.000 militares caso aconteçam novos cortes orçamentas em 2016 para conter o déficit. O pico mais alto do Exército foi alcançado em 2010 com 566.000 efetivos.

O orçamento da Defesa será apresentado em 4 de março e estará dotado de 496 bilhões de dólares, um nível que respeita o teto de despesa afixado pelo Congresso, e ao qual se somarão 26 bilhões de dólares mais autorizados pela Casa Branca para manter treinamentos e manobras.

Passarão para a história os famosos aviões espiões U2, aqueles que, entre outros episódios, fotografaram os mísseis que a URSS instalava em Cuba e que colocaram o mundo à beira da Terceira Guerra –Nuclear- Mundial.

O Pentágono já se viu ameaçado por profundos e impopulares cortes, já que a modernização  foi iniciada durante a época do predecessor de Hagel na Defensa, Robert Gates. Mas esses cortes sempre foram sobre o papel e o Pentágono enfrentará agora o impacto da redução do chamado sequester.

Nas palavras de Hagel, o número de membros ativos será reduzido em 13% e, na reserva, em 5%. Por outro lado, o secretário de Defesa quer aumentar em 6% o total de homens de áreas especiais como os que participaram na captura e morte de Osama Bin Laden.

A modernização do Exército norte-americano passa necessariamente pela maior destinação de recursos ao desenvolvimento de ‘drones’ (os aviões não tripulados), à ciberdefesa e às novas tecnologias que permitam manter a hegemonia no campo militar ante a países como China e seu emergente militarismo. Passarão para a história os famosos aviões espiões U2, aqueles que, entre outros fatos, fotografaram os mísseis que a URSS instalava em Cuba e que colocaram o mundo à beira da Terceira Guerra –Nuclear- Mundial.

Desaparece também o avião F-10, usado para destruir alvos em terra, mas obsoleto ante a eficácia dos drones, e o KC-10, que permitia o abastecimento dos F-10 em voo.

As recomendações do plano orçamental para 2015 e para os anos seguintes “respaldam forças armadas menores e mais bem preparadas -dando prioridade a plataformas rapidamente desapegáveis e independentes que podem derrotar adversários mais avançados tecnologicamente”, concluiu Hagel, acrescentando que [as propostas] também incluem “importantes investimentos para manter uma força nuclear segura, protegida, efetiva e confiável”.

Fonte: El País